2009/07/27

Cass McCombs

Romântico

Depois de ter sido (e muito bem) aconselhado por alguém, decidi comprar o Dropping The Writ (2008), sem me ter maravilhado, consegui ainda assim gostar imenso do disco. Seja como for, é este o episódio responsável, para que o nome de Cass McCombs tenha ficado gravado na minha mente e ficando o radar ligado para os seus próximos trabalhos. Ora não foi preciso esperar muito, para isso acontecer, um ano após ter assinado pela Domino, eis que chega um novo disco, de seu nome Catacombs.
Catacombs é quase todo construído na primeira pessoa, há alegria e fortuna, há contentamento e regozijo, há ainda um apelativo mundo sensorial a ser despertado. 11 Temas de diversas cores e odores, Catacombs deve ser visto (ouvido) como um trabalho perfeitamente colorido, onde as mais admiráveis cores se misturam de uma forma sublime.
Dreams-Come-True-Girl” é puro rock & roll veraneante a transbordar de felicidade, uma leve piscadela de olho a Roy Orbison. Na mesma sintonia está “You Saved My Life”, aqui introduzindo uma slide-guitar, que lhe dá uma aura de microclima de um qualquer bar abandonado do interior dos EUA. “My Sister, My Spouse” é continuação da marca romântica de McCombs, se bem que aqui de uma forma altamente duvidosa. Com “Lionkiller Got Married” existe um sair do armário por parte de Cass, talvez no futuro devesse explorar esta vertente mais “agreste”.
Ao quarto disco, o cantor de Baltimore marca em definitivo o seu território, se a primeira tendência será em rotula-lo de imediato com o selo de country-folk singer, McCombs mostras que é muito mais que isso, há qualquer coisa de grande valor na sua musica, lembra-me talvez um Beck mas completamente despido do conceito electrónico.
Catacombs é uma agradável surpresa neste Verão de 2009, basta encontrar a esplanada certa.

Momento Mágico: Harmonia


Cass McCombsCatacombs (2008) – Domino


Cass McCombs (site) & MySpace


2009/07/19

Jens Lekman (Concerto)

COIMBRA - SALÃO BRASIL - 2009/07/17
MySpace







Fotos: Nuno Araújo

Pikelet (Concerto)

COIMBRA - SALÃO BRASIL - 2009/07/17
MySpace







Fotos: Nuno Araújo

2009/07/13

Bill Callahan

Definitivamente Só

Dois anos após Woke on Whaleheart, Bill Callahan está de volta com um novo trabalho, com ele regressam as imagens musicais. Callahan é um mestre a desenhar som com paisagens, a sua música tem uma ressonância quase magnética, projectando no nosso espírito texturas e odores de diferentes quadrantes. O efeito de tudo isto irá fazer, com que os nossos sentidos fiquem em perfeito alvoroço, provocando uma convulsão melancólica e arrebatada de longo alcance. Sometimes I Wish We Were An Eagle começa logo a demolir corações, o arrastamento cinematográfico de “Jim Cain” dá logo uma visão do caminho a percorrer. Em “Eid Ma Clack Shaw”, Bill Callahan não poderia ser mais claro:
Last night I swear, I felt your touch, Gentle and warm, The hair stood on my arms, How, how, how? Show me the way, show me the way, show me the way, To shake a memory”, que mais se pode dizer ou quer? Pouco há mais acrescentar, quero apenas salientar que Sometimes I Wish We Were An Eagle termina com “Faith/Void”, provavelmente o mais belo tema de 2009 (confirmem, é uma ordem!!!!).
Com a segunda obra lançada Bill Callahan mostra-nos em definitivo, que tudo o que foi apreendido durante os seus anos como mentor dos Smog, continua presente na sua forma de criar musica, e está de tal maneira presente, que penso que pode colocar o ponto final nos Smog.

Momento Mágico: Faith/Void


Bill Callahan - Sometimes I Wish We Were An Eagle (2009) – Drag City


Bill Callahan (site) & MySpace


2009/07/07

Meio Ano - Meia Lista

Num ano onde o trabalho tem sido mais que muito, o tempo dedicado ás audições de coisas novas tem sido pouco, ainda assim há algum tempo para aconselhar alguns dos melhores discos deste ano, fica a lista por ordem alfabética:

Andrew Bird - Noble Beast
Animal Collective - Merriweather Post Pavilion
Antony & The Johnsons - The Crying Light
Bat For Lashes - Two Suns
Bill Callahan - Sometimes I Wish We Were An Eagle
Circlesquare - Songs About Dancing and Drugs
Dan Deacon - Bromst
Grizzly Bear - Veckatimest
It Hugs Back - Inside Your Guitar
Junior Boys - Begone Dull Care
Moderat - Moderat
Mono - Hymn To The Immortal Wind
Odawas - The Blue Depths
Oneida - Rated O
The Pink Mountaintops - Outside Love
Psychic Ills - Mirror Eye
Sean Riley & The Slowriders - Only Time Will Tell
Timber Timbre - Timber Timbre

2009/07/05

The Pink Mountaintops

Religiosamente Romântico

Ajudado pelos amigos do costume, Stephen McBean regressa ao activo, coisa que é perfeitamente normal ano após ano, aliás é bastante interessante acompanhar a forma como ambos os seus projectos crescem, senão vejamos: The Pink Mountaitops - The Pink Mountaitops (2004); Black Mountain - Black Mountain (2005); The Pink Mountaintops - Axis Of Evol (2006); Black Mountain - In The Future (2008) e agora The Pink Mountaintops - Outside Love. McBean “intercala”, The Pink Mountaintops com Black Mountain, fazendo com que ambos os projectos se completem entre si, será difícil compreender na sua ampla plenitude um sem entender o outro, são gémeos siameses unidos pelo seu génio criativo.
Em Black Mountain o rock tem mais corpo, há uma vertente nitidamente mais progressiva e uma coerência mais clássica, já com The Pink Mountaintops existe uma maior liberdade de acção e de movimentação, daí resulta um rock de cariz mais dramático, onde o romantismo é perfeitamente assumido como característica fundamental de McBean.
Outside Love é um disco cheio de ironia (capa incluída), aliás a nota descritiva não o esconde: “The ten songs on "Outside Love" are about or influenced by weddings in Montreal, winter, Pink Floyd's The Final Cut, Christmas albums, that one Exile song and that one Echo and the Bunnymen song, the Bermuda Triangle, being depressed in the sunshine, people who haven't made out yet but will in the future, The Everly Brothers, clowns in the ceilings, and bedrooms where skinheads used to live.” Temos assim 10 canções repletas de uma imensidão de sensações e impressões, apinhadas de psychedelic folk onde o poder das guitarras significa quase tudo, o resto são orações litúrgicas de contornos rurais, onde se avista uma América fortemente caracterizada pela sua religiosidade. McBean é Deus á sua maneira, é Pai em The Pink Mountaintops e Filho em Black Mountain, rezemos para que ele crie um Espirito Santo.

Momento Mágico: Vampire


The Pink Mountaintops - Outside Love (2009) – Jagjaguwar


The Pink Mountaintops (site) & MySpace


2009/07/03

Sean Riley & The Slowriders (Concerto)

COIMBRA - OFICINA MUNICIPAL DO TEATRO - 2009/07/02
MySpace