2009/03/27

The Ruby Suns (Concerto)

COIMBRA - SALÃO BRASIL - 2009/03/26
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2009/03/26

Buraka Som Sistema (Concerto)

COIMBRA - PAVILHÃO MULTIUSOS - 2008/03/26
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Fotos: Mário Antunes

2009/03/22

:papercutz

Suave Mescla

Foi a ouvir o tema “Ultravioleta” inserido na compilação “Novos Talentos FNAC”, que reparei no singular nome :papercutz, ficou-me por essa altura então, cravado na mente as amenas e meigas ondulações electrónicas, tudo rematado com uma voz intensamente quente. Passado que foi o prazo de validade de um “novo talento”, os :papercutz tomaram a decisão (mais que acertada), de caminharem sozinhos pelo mundo fora, e após assinarem pela editora canadiana (Apegenine Recordings) lançam Lylac, o seu álbum de estreia.
Lylac é um planisfério de sensações, apoiado na pop de cariz electrónica, os :papercutz traçam um quadro onde a amálgama de cores e ruídos, vai transmitido uma dupla sensação, de um dos lados do espelho temos a canção pop, do outro lado temos a inovação e a estrutura experimental. É nesta suave mescla, que os cintilantes musicais da banda ganham corpo e é através desse dialogo, que ao longo de 13 temas, se vão expondo ideias e ideais.
Lylac nasce com um curto intro, para logo de seguida se atirar sem receios ao seu objectivo, com “All We Have Left” marca-se o primeiro ensaio, é incrível a sua objectividade e a destreza vocal de Melissa Veras. O misterioso mundo de “A Secret Search”, não é mais que procura de algo ainda não completo, há uma espera, um aguardar que a coisa ganhe definitivamente corpo e alma. Em “Broken Treasure” desfilam perante os nossos olhos, uma imensidão de soltos sentimentos, procura-se o algo palpável, algo que dê sentido ao objecto, busca-se a esperança entre a repetitiva cadência. Ao deixar correr “Lost Boys” encontramos o compasso exemplar, toda a estrutura do tema desenrola-se com uma exactidão cuidada e modelar, tem o perfil correcto para single. Uma palavra especial para “Para do Outro Lado do Espelho” e “Ultavioleta”, onde o matrimónio entre a língua de Camões e o cosmos de :papercutz se fundem admiravelmente. “…Is Fading” surge no horizonte com a promessa de sequência, ficando no ar um suave aroma a continuidade, é nosso dever ficarmos atentos.
No meio de tanta edição de musica, é bem agradável conhecer projectos que são muito mais do que isso, com :papercutz a ideia de a musica não se esgota nela própria, há uma transfusão de concepções e percepções entre o autor e o ouvinte, e quando assim é todos nós ganhamos.
P.S. – Uma palavra especial ao soberbo art-work do CD. Lindissimo.

Momento Mágico: A Secret Search


:papercutzLylac (2008) Apegenine Recordings


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2009/03/15

Antony & The Johsons

Elegância

The Crying Light é o terceiro trabalho, de uma das personagens mais estranha da pop contemporânea. 4 anos após I’m A Bird Now, Antony Hegarty e os seus rapazes, regressam ás canções de uma forma ainda mais subtil e se até aqui se planava sobre o universo pop, com The Crying Light há um maior aprofundamento da vertente clássica.
A vertente mais brilhante de Antony, fica agora ainda mais despida, já não há qualquer espécie de inibição criativa, tudo é claro e transparente, a única coisa que sobra é o seu minimalismo inventivo. O piano e voz única de Antony, são a estação de partida para esta viagem, ao longo deste trajecto há alguns apeadeiros onde a intervenção sublime dos The Johnsons, ajudam a criar uma mágica atmosfera recheada de eloquentes arranjos de cordas.
The Crying Light é um disco choroso, mais inundado de esperança, há muito mais do que mera e simples melancolia. É um disco elegante e poderoso, ao longo de 10 temas Hegarty celebra a vida enquanto essência fundamental de um futuro que se prevê duro, mas para o qual nos devemos manter em permanente alerta, acreditando que só poderá existe um único rumo, que é o da confiança.

Momento Mágico: Dust & Water


Antony & The Johnsons - The Crying Light (2009) Secretly Canadian


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2009/03/05

Bat For Lashes

Regresso Anunciado

3 anos após Fur & Gold, o melancólico timbre da voz de Natasha Khan está de volta e este regresso serve para chamar atenção, de muitos daqueles aquém o nome Bat For Lashes pouco ou quase nada significa. Há em Two Suns um maior nível de concentração, existe um esforço mais reflectivo, ambas conjugadas irão resultar numa voz ainda mais perfeita e cristalina.
Com Two Suns, Khan liberta na totalidade os seus poderes, deixou de haver receio de comparações ou de colagens, assumiu o seu poder enquanto mulher e agarrado com força a sua bandeira, gritou ao mundo o seu verdadeiro valor. Ao longo de 11 temas vai caminhando pelo trilho que desejou construir, apesar da imensa coragem ainda precisa de apoio e para isso contou com a participação dos “brooklynianos” Yeasayer e do mestre do crooner negativista Scott Walker.
Há em Bat For Lashes uma intenção, que ultrapassas a simples ideia de projecto musical, é bem mais que isso, há um perfeito tratado no feminino, um conceito de mulher enquanto luz, enquanto fonte de energia.

Momento Mágico: Pearl’s Dream

Bat For Lashes - Two Suns (2009) - Astralwerks
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